sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Após sua saída do hospital, Macabéa ficara desempregada por meses, e, contara com a ajuda financeira de sua amiga Olga em troca de favores domésticos.
O rosto da enfermeira que despertara paixão em si, ainda pairava em sua mente acidentalmente enquanto cumpria suas tarefas. Ficara se perguntando como seria se patenteasse seus sentimentos e se era capaz de fazer isso. Logo ela que, aceitava tudo do jeito que estava. Que acreditava que é assim porque é assim e pronto. Mas, pela primeira vez, cogitou em procura-la. Passara dias pensando e ensaiando em como seria o diálogo com a enfermeira - já que Macabéa não tinha assuntos e era linguisticamente pobre -, até que, decidiu ir ao hospital em que ela trabalhava no dia seguinte.
Ao chegar em casa, Olga cumprimenta Macabéa e começa a relatar sobre seu celeste dia ao lado de Olimpíco, e acabara reparando que a amiga estava aérea.
- O que houve Macabéa? – pergunta Olga, mostrando interesse em saber o que ela tinha – parece que está distante, preocupada com algo... aconteceu alguma coisa?
- Não, não! – reponde Macabéa rapidamente tentando disfarçar o nervosismo, e aproveitando a oportunidade para pedir que seja liberada mais cedo no dia seguinte – estou bem. Amanhã pretendo ir ao cinema, poderia me liberar um pouco antes do horário combinado?
- Vá, você está mesmo precisando se distrair. Acho que a rotina daqui de casa está lhe cansando.
Penso em como será difícil para Macabéa expor seus desejos/sentimentos para a enfermeira. Ressaltando que, naquela época não existira relacionamentos homoafetivos. Mas a jovem nordestina não pensava nisso. Não se preocupara em como será vista pela sociedade, correndo o risco de ser “apedrejada” e vitima do preconceito. E então ela se arriscou, saiu mais cedo da casa de Olga no final da tarde à procura da enfermeira.
A caminho do hospital, dentro de um táxi, o nervosismo lhe toma de conta. As famosas borboletas estavam quase saindo do estomago pela a boca.
Após 10 minutos esperando a enfermeira do lado de fora do hospital, eis que ela surge. Visivelmente cansada, descera as escadas e foste de encontro à nordestina assim que a vê.
- Macabéa, que surpresa! Quanto tempo, como você está?
- É... estou be-bem. – responde Macabéa, completamente nervosa e gaguejando bastante.
- Então, o que faz por aqui?
- Vim te ver. – disse ela rapidamente, olhando nos olhos da enfermeira.
- Sério? Bom... então o que acha de tomarmos um suco? Tem uma lanchonete aqui perto, poderíamos conversar um pouco. O que acha? – responde a enfermeira, supresa.
- É, pode ser.
Mesmo Macabéa não sabendo como conversar com a enfermeira, ficaram sentadas na lanchonete falando besteiras por horas. Até que, ao ser perguntada sobre qual seria o motivo de sua visita, a jovem cria coragem e se declara.
- É que... já faz um tempo... não sei lhe explicar... eu sinto algo.
- Não estou te entendendo Macabéa, está sentindo alguma dor? É isso? – pergunta a enfermeira sem entender.
- Não é uma dor assim como você pensa, mas dói. Eu sinto algo por você e não sei se isso é bom. Mas desde que tive alta, eu penso em você todos os dias.
- Macabéa!!! Isso é paixão!
A reação da enfermeira fora o mais surpreendente. Ela não ficara abismada pelo fato de Macabéa ter sentimentos por ela. Ao contrário, ela se arriscara a tentar algo com a jovem. O que mostra que, em um mundo tão conservador, ainda existira pessoas que se entregariam ao amor não importa qual fora o gênero.
E a tentativa de se relacionar com a jovem deu certo. Passara dias, meses, anos... E Macabéa tendo a total certeza de que valeu à pena se arriscar. Foram embora para uma cidade pequena, onde passaram o resto dos dias juntas.

Istheffany Pinheiro e Beatriz Cirqueira 33.04

5 comentários:

  1. Gostei muito do texto, muito criativo, parabéns.

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  2. Ficou muito bom meninas, arrasaram, adorei o final!!

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  3. Ficou muito bom meninas, arrasaram, adorei o final!!

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  4. O final foi interessante e surpreendente, algo que tinha condições de acontecer, porém poucas pessoas pensaram nisso!
    Usaram a criatividade
    Parabéns

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  5. Gostei muito do texto de vocês, o final foi bem interessante pois Macabéa resolve escolher um novo rumo para sua vida.

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